Pesquisadores do Recife criam tecnologia com preço acessível para deficientes visuais
O projeto acadêmico de um grupo de estudantes do Recife acabou por se transformar numa iniciativa inovadora e comercialmente competitiva. Os desenvolvedores foram, inclusive, os únicos brasileiros vencedores do World Summit Awards, prêmio oferecido pela ONU para jovens dispostos a aplicar a tecnologia para promover mudanças sociais.
O Project Annuit Walk (PAW) é um protótipo de óculos acoplados com sistema de GPS e acompanhados de pulseiras vibratórias que ajudam os portadores de deficiência visual a se localizar diante dos muitos obstáculos da rua.
O modelo usa raios ultrassônicos para mapear o caminho em um ângulo de 120 graus e alertar para postes, andaimes, hidrantes ou mesmo declives especialmente acentuados. Os sinais de alerta são enviados para a pulseira, que vibra com mais intensidade quanto mais próximos estão os obstáculos, um sistema parecido com o usado pelos morcegos em seu sistema sofisticado de geolocalização.
Existem modelos parecidos no mercado, mas com um custo muito alto, cerca de R$ 3 mil. O grupo de Recife criou seu protótipo por apenas R$ 45 – ou R$ 160, para os modelos mais sofisticados, que interagem com o aplicativo de smartphone desenvolvido pelos pesquisadores e que fornece informações complementares, como locais de difícil acessibilidade.
“Nosso protótipo está funcionando 100%. Mas, para poder disponibilizar no mercado, ele tem que virar um produto. Estamos lutando para que isto aconteça o quanto antes”, afirma Marcos Antonio Oliveira, estudante de ciência da computação e responsável pelo grupo de pesquisas WearIT, criado para pesquisar o conceito de “computadores para vestir” e para desenvolver o Annuit Walk. O próximo passo é desenvolver outras tecnologias para vestir que atendam a públicos portadores de deficiências. “Estamos começando a pensar em algo com ondas cerebrais, talvez para pessoas com paralisia cerebral”.
Fontes: PrimaPagina/Sebrae/Terra